MENOS É MAIS
Currículo não é diário ou um livro sobre a sua vida. O recrutador não espera ler ali que você foi representante de classe ou que ganhou o concurso de melhor figurino na festa da escola. Vá direto ao ponto. Duas páginas, no máximo três, são suficientes — até para quem tem experiência. Melhor evitar textos corridos e usar tópicos. Inclua formação e histórico profissional, destaque os setores em que deseja atuar e estruture sua experiência pontuando empresa, cargo, período, área de atuação, responsabilidade e resultados de projetos que você tocou. E nada de bordas coloridas, fotos, letras rebuscadas e logos de todas as empresas em que você trabalhou. Controle-se para resumir as informações e escrever tudo com clareza (e sem erros de português)."Currículos lotados confundem e fazem com que a candidata passe a imagem de pouco objetiva", diz Lucila Yanaguita, da Search Consultoria de RH, em São Paulo. Esse foi o erro da designer Alessandra Mendes, 33 anos. Ela se empolgou e destacou características demais — algumas que nada tinham a ver com a vaga. "Abri muito o meu leque e fui mal interpretada. Se tivesse sido assertiva, provavelmente teria tido mais sucesso na disputa", conta Alessandra.
DETECTOR DE MENTIRAS
Nunca minta no currículo. Não vale nem aumentar algo para parecer mais competente. Os recrutadores são treinados para saber se você está falando a verdade. Uma das técnicas é fazer a mesma pergunta de formas diferentes. Se a resposta for contraditória, eles detectam a mentira na hora. Não se assuste se pedirem para você descrever o projeto mais complexo da sua carreira e, um tempo depois, perguntarem que tipo de desafio você gosta de enfrentar. Fazem isso para ver se você é coerente e não está inventando nada. Testes comportamentais, psicológicos e de competência, redes sociais e referências pessoais também são formas comuns de verificar a sua imagem no mercado. "Isso faz parte, pois a nossa credibilidade está em jogo", diz Amanda Oliveira, da consultoria Hays, em São Paulo. Uma pesquisa da empresa de recrutamento executivo Robert Half, em São Paulo, feita com 2 525 executivos, descobriu que 42% dos profissionais de RH dizem que os candidatos exageram no currículo. Os erros comuns? Aumentar a experiência e mentir sobre idiomas. "Muitos têm o inglês básico e dizem que são fluentes", diz Marcela Esteves, da Robert Half. "A língua será testada e quem mente não conseguirá justificar o fracasso", completa. Cuidado!
mais informações Revista Nova:
http://nova.abril.com.br/edicoes/461/vida_trabalho/como-ser-disputada-mercado-trabalho.shtml